quinta-feira, 5 de março de 2009

Por uma geografia que transforme...

A Geografia, como toda ciência passou por profundas transformações no último século. Antes a Geografia estava estreitamente ligada ao poder, o determinismo geográfico de Ratzel que vislumbrava um “espaço vital” para o desenvolvimento das nações é um claro exemplo. Essa função é perfeitamente percebida no título do livro de Lacoste A geografia serve antes de mais nada, para fazer a guerra. Neste sentido, duas Geografias estariam em ação: uma ligada ao poder, servindo aos Estados-nação como instrumento estratégico de dominação; outra escolar que objetivava encobrir os verdadeiros interesses dos governantes, tornando a geografia escolar meramente descritiva e o saber geográfico desinteressante para a maior parte dos alunos.
A Geografia ainda hoje “carrega” um pesado fardo por ter trabalhado diretamente atendendo aos interesses do poder durante muitos anos. As práticas tradicionais estão em nosso dia-a-dia, “assombra” os profissionais que enveredaram pela árdua tarefa de desvendar o espaço geográfico. É muito forte a idéia de que a Geografia é uma “matéria decorativa”, portanto todos os alunos tem a obrigação de obter sempre bons conceitos, não é admissível “tropeços” em Geografia. Há uma pressão sobre os alunos, assim como sobre os professores, pois um grande número de pais e responsáveis, que estudaram Geografia nos moldes tradicionais, acreditam fortemente que a Geografia é decorativa, quase que desnecessária como a que estudaram.

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