A Geografia ainda hoje “carrega” um pesado fardo por ter trabalhado diretamente atendendo aos interesses do poder durante muitos anos. As práticas tradicionais estão em nosso dia-a-dia, “assombram” os profissionais que enveredaram pela árdua tarefa de desvendar o espaço geográfico. É muito forte a ideia de que a Geografia é “matéria decorativa”, portanto todos os alunos tem a obrigação de obter sempre bons conceitos, não são admissíveis “tropeços” em Geografia. Há uma pressão sobre os alunos, assim como sobre os professores, pois um grande número de pais e responsáveis, que estudaram Geografia nos moldes tradicionais, acreditam fortemente que a Geografia é decorativa, quase que desnecessária como a que estudaram.
O Ensino da Geografia também tem problemas internos, ou seja, dificuldades encontradas pelos próprios profissionais na sua prática pedagógica, como o (Pcn, 1987 p.106,107) nos mostra.
Abandono dos conteúdos fundamentais da geografia, tais como as categorias de nação, território, lugar, paisagem e até mesmo de espaço geográfico, bem como os estudos dos elementos físicos e biológicos que se encontram aí presentes;
(...) as propostas pedagógicas separam a Geografia humana da geografia física e, relação àquilo que deve ser aprendido como conteúdo específico: ou a abordagem é essencialmente social e a natureza é um apêndice, um recurso natural, ou então se trabalha a gênese dos fenômenos naturais de forma pura, analisando suas leis, em detrimento da possibilidade exclusiva da geografia de interpretar os fenômenos numa abordagem socioambiental.
O ensino da Geografia tem como objetivo levar os alunos entenderem as relações travadas no espaço geográfico, “possibilitando que neles interfiram de maneira consciente e propositiva”. Construindo conhecimentos que os levem a superação dos problemas enfrentados nas comunidades onde residem tais alunos. (Pcn, 1997, p. 108).
Indo na contramão das práticas tradicionais mencionada anteriormente, nós professores de Geografia, devemos aproximar nossos alunos de Caratateua do espaço vivido, ou seja, das contradições, das dúvidas, dos desencontros de informações, das lutas coletivas pelo direito de morar dignamente que são cotidianamente travadas por eles. Não existe algo mais rico e tão próximo dos alunos como o espaço geográfico da ilha em que moram. Sobretudo nesse momento de intensa urbanização que a ilha enfrenta.
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