terça-feira, 27 de outubro de 2009

VIOLÊNCIA II

Que Belém é a capital do barulho todos sabemos, pois em qualquer esquina há uma máquina de fazer barulho, seja em estabelecimento comercial ou residência, sempre há um ou mais importunando o sossego alheio. Porém, o assunto torna-se mais grave quando se trata das famigeradas aparelhagens que espalham barulho e violência pela cidade. Não se sabe como tantas pessoas se divertem perseguindo “Djs” de segunda a segunda, como conseguem tanto dinheiro para patrocinar baldes e baldes de cervejas. Seria impossível não relacionar o aumento do número de assaltos e sequestros em nossa cidade aos espetáculos do barulho. Só não vê quem não quer, a molecada se embebeda ao redor de dezenas, centenas de cervejas, bebidas compradas por menores ou jovens que não trabalham e já deixaram de estudar faz muito tempo. De onde vem esse dinheiro? Para onde vai esse dinheiro?
Estou escrevendo essa postagem ouvindo ao longe uma aparelhagem tocar, ai pergunto: como trabalharão no dia seguinte os freqüentadores dessa festa? isso se trabalharem! Acredito que não precisamos de equipe de inteligência para saber onde estão os bandidos da cidade, ou pelo menos parte deles.
Pais cuidem de seus filhos pequenos.

3 comentários:

Anônimo disse...

Muito pertinentes as reflexões do prof. Mauro. É real, e isso sei através do meu trabalho, que os adolescentes e jovens que frequentam as festas de aparelhagens, em sua maioria, são "patrocinados" por assaltos que cometem compulsivamente. Tais comportamentos são reforçados pelos donos e DJ's das aparelhagens, que inclusive chegam a fazer músicas para as "melhores equipes". Por MELHORES entenda-se aquelas que consomem mais baldes de cerveja e EQUIPE = eufemismo para gangue.
Maria José Torres

Mauro Torres disse...

Maria José,
A situação em Caratateua está complicada, sobretudo às segundas, pois ocorrem diversas festas com aparelhagens e nesses dias a frequência diminui consideravelmente e os assaltos aumentam na mesma proporção.
A Escola Estadual do Outeiro, onde trabalho no 3º turno (noite), foi assaltada três vezes no último mês.

Rocio Rodi disse...

Mauro,
Nesse contexto precisamos pensar primeiro na proposta educativa como forma preventiva, a sala de aula pode fazer a diferença na vida desses alunos. Triste é se perdermos para a criminalidade, pois, as modalidades do crime evoluem e se faz necessário usarmos de inteligência superior aos dos gênios dessas ondas, que percebem a fragilidade da escola. As escolas tem sido o grande alvo deles, porque é ali que se forma o "cidadão" que buscam. Como contrariá-los? Qual o melhor enfrentamento? Faltam projetos exequíveis e condizentes à realidade vivida, percebida e concebida? Melhor pensar na educação que na repressão, que é a última alternativa. Mais escolas e menos cadeias. Precisamos de boas iniciativas.